Uso da tecnologia exige preparo do contador

Apesar da profusão de recursos oferecidos, os sistemas de gestão não substituem a necessidade do profissional. 

 

Os investimentos que as empresas fazem para absorver tecnologia não significam que contadores estão perdendo espaço. Ao contrário, com novas ferramentas à disposição, a tendência é que as companhias passem a ver esses profissionais como importantes aliados no processo de produção de dados a ser enviados ao Fisco.

 

“O contabilista encontra aí a oportunidade de mostrar seu valor”, afirma Sérgio Approbato Machado Júnior, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP). “Afinal, para que o contribuinte tenha tranquilidade e não sofra uma autuação futura, é preciso que a produção e a transmissão de dados sejam cuidadosas e qualificadas. E o contador é quem executa essa função.”

 

Outro ponto que valoriza ainda mais o contabilista é que, sozinha, a tecnologia não está à altura de fornecer tudo o que as empresas precisam para ter uma boa relação com a Receita Federal. “Os sistemas de gestão não estão preparados para atender adequadamente as necessidades de geração de dados para o Imposto de Renda, por exemplo. Muitas vezes o software não traz uma visão ampla de controles. Faltam transparência e interpretação das informações. Isso precisa ser compensado pelo trabalho do contador”, diz Marta Pelucio, professora da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).

 

Segundo a acadêmica, essa falta de confiança plena nos controles de um sistema de gestão faz com que algumas empresas cheguem a utilizar simultaneamente dois deles, além de não abandonar a já tradicional planilha de Excel.

 

Um degrau acima – Num cenário ideal, que leva em consideração o uso de ferramentas tecnológicas modernas e confiáveis e um contador bem preparado, a empresa consegue avançar um degrau. Isso significa não apenas dar conta de entregar dados mais qualificados à Receita como também utilizá-los de forma estratégica no ambiente doméstico.

 

“Com um sistema que prepara relatórios gerenciais e dados de operações por região como o que oferecemos a nossos clientes, um contador com perfil estratégico consegue utilizar essa inteligência a favor da companhia, promovendo ajustes em sua operação na busca de maior eficiência”, acredita Victoria Sanches, especialista em soluções de impostos e contabilidade da Thomson Reuters no Brasil.

  

 

Fonte: Revista Dedução